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Mecanismo da hipertensão, segundo a Medicina Tradicional Chinesa
A pressão arterial refere-se à força exercida pelo sangue contra a parede das artérias, após ser bombeado pelo coração. Quando o coração se contrai para bombear o sangue de seu interior para o corpo, a pressão arterial atinge o valor máximo e recebe o nome de sístole. Quando há o relaxamento da musculatura cardíaca, o sangue volta a encher as suas cavidades e a pressão cai para seus valores mínimos e é denominada diastólica.
De acordo com os critérios internacionais estabelecidos, os valores ideais da pressão arterial são 120mmHg x 80mmHg. Acima desses valores considera-se hipertensão.
A medicina tradicional chinesa não considera a hipertensão assintomática como uma categoria de doenca, porém, quando há sinais e sintomas tais como dor de cabeça (tou tong), distensão na cabeça (tou zhang), tontura (xuan yun), palpitacões (xin ji), insônia (bu mian) e entopercimento e formigamento (ma mu) ela é considerada um desequilíbrio energético ou um padrão sindrômico.
Essa desordem pode ter várias origens, a começar pela tendência a um determinado desequilíbrio energético, ou seja, a um desequilíbrio funcional, herdado dos pais no momento da concepção.
Por exemplo, a tendência ao excesso de energia Yang (陽). Caracterizada especialmente pela manutenção da função, quando está em excesso, especialmente no sistema físico e energético do Fígado (肝 – Gān), acelera circulação da Energia (氣 – Qì) e do Sangue (血 – Xuè), visto que ela está sob seu comando, produzindo um calor interno excessivo, além do desgaste da sua própria estrutura.
Este calor tende a condensar os fluidos corporais e o sangue, espessando-os e bloqueando sua circulação nos Canais por onde também corre Energia (氣 – Qì).
A tentativa do organismo em superar essa estagnação, denominada Mucosidade e Estase de Sangue (血 – Xuè), respectivamente, tende a empurrá-la para o alto, prejudicando o Cérebro (脑 – Nǎo).
Outra tendência é o mau funcionamento do Estômago (胃 – Wèi) e do Baço (脾 –Pí), que são responsáveis pela transformação e transporte de alimentos e líquidos. Quando eles são deficientes nas suas funções acabam por formar muco, que se não for eliminado será transformado novamente em calor, gerando um ciclo repetido de hiperatividade, especialmente do Fígado (肝 – Gān).
A deficiência estrutural ou do Yin (陰) é outro fator contribuinte. A fraqueza congênita de um Órgão (脏 – Zàng), especialmente do Fígado (肝 – Gān) e do Rim (肾 – Shèn) também levam a uma predominância da manifestação Yang, pois, segundo a MTC, a deficiência do Yin, não controla o funcionamento daquele órgão tornando-o quente. Como o Rim (肾 – Shèn) abastece o Fígado (肝 – Gān), nutrindo-o, uma deficiência deste leva ao calor daquele, o que significa um esforço daquele Órgão para realizar as suas funções.
Além dos fatores congênitos, obesidade e/ou excesso de ingestão de alimentos doces, gordurosos e de natureza quente, tais como os condimentos, também danificam o Estômago (胃 – Wèi) e Baço (脾 –Pí), levando a formação de Mucosidade.
Excesso de pensamentos e preocupação também levam a um quadro semelhante, pois para a manutenção destas atividades mentais, o Baço (脾 –Pí) é prejudicado. Geralmente associados a esse desgaste estão a frustração e o estresse que sobrecarregam as funções do Fígado (肝 – Gān), paralisando a circulação da energia e do sangue, visto que uma de suas funções é controlar o livre fluxo de energia e consequentemente de sangue para todo o organismo.
Tendo seu papel prejudicado, torna-se ainda mais difícil a eliminação da mucosidade, já que esta depende da circulação de energia para acontecer.
A idade também favorece o desenvolvimento da hipertensão. O que se constata é que a pressão diastólica aumenta com a idade, pelo menos até os 55-60 anos e a sistólica aumenta com a idade até os 80 anos.
A Energia que nutre os órgãos, chamada Yin é consumida pela metade próximo dos 40 anos e o Yang Qi (Energia Yang), responsável pela manutenção das atividades funcionais, especialmente do Rim (肾 – Shèn) e do Baço (脾 –Pí), tende a se debilitar não muito tempo depois.
A deficiência do Yin pode falhar ao nutrir e umidecer o Fígado (肝 – Gān). Assim ele tende a se tornar deprimido e posteriormente incapaz de circular a energia com suavidade.
Rim (肾 – Shèn) e Baço (脾 –Pí) tornam-se incapazes de eliminar adequadamente os fluidos corporais, avolumando o sangue.
Para evitar a hipertensão dieta e mudança no estilo são recomendáveis. Deve-se perder peso, evitar o tagagismo, restringir a ingestão de sódio, café, álcool, açúcar, gorduras, condimentos e incluir exercícios e relaxamento.
Em geral a hipertensão branda é resolvida apenas com essas mudanças, se levadas com determinação. Quadros de hipertensão severa ou branda, que não se resolvem com aqueles cuidados devem ser tratados.
A medicina chinesa recomenda o uso de fitoterápicos, acupuntura e Qi Gong (treinamento da energia).
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Cadastro de terapeutas para indicação
Como professor e terapeuta de medicina chinesa, recebo muitos pedidos de indicação de profissionais da área em regiões de São Paulo distantes do nosso consultório, de outras cidades e até mesmo de outros estados. Comecei então a montar uma lista de indicações que já tem sido útil no dia a dia.
Mas perdi contato com profissionais que foram meus alunos há alguns anos. Peço então, para quem tiver interesse, que me enviem por email as informações atualizadas de seus consultórios, mesmo quem tiver tido aula conosco mais recentemente. Seria prático se o email seguisse o formato:
- Nome:
- Área de atuação: (acupuntura, Tui Na, fitoterapia, etc.)
- Instituição de ensino na qual se formou:
- Estado:
- Cidade:
- Email:
- Telefones:
- Endereço:
Assim podemos contribuir para a medicina chinesa crescer no Brasil com o trabalho de bons profissionais!
Edgar Cantelli Gaspar – edgar@terapiaschinesas.com.br
Twitter: @edgarcantelli
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Curso de Aprofundamento em Diagnóstico e Diferenciação de Síndromes da Medicina Chinesa em 2013
A Medicina Chinesa possui uma lógica única que fundamenta sua forma de ver a saúde e a doença. Esta forma de pensar não é próxima da nossa forma habitual de vermos o funcionamento do nosso organismo. O praticante ocidental da Medicina Chinesa tem normalmente muita dificuldade de interiorizar a forma como se coleta, organiza, prioriza, raciocina e por fim conclui os dados clínicos de seus pacientes. Esse curso vem atender essa lacuna, trazendo, através do exercício prático, o pensamento taoista que fundamenta essa Medicina.
Objetivo: aperfeiçoar a prática diagnóstica, a interpretação dos dados e o raciocínio da Medicina Chinesa, melhorando o exercício das suas ferramentas, como a acupuntura, a massagem chinesa Tui Na e a fitoterapia.
Pré-requisitos: profissional formado em alguma área da Medicina Chinesa (acupuntura, massagem Tui Na, fitoterapia) ou estudante de curso de formação com 50% do curso completo.
Conteúdo programático:
Através de exercícios práticos, baseados em casos reais, feitos em grupo e individualmente, visando o treinamento da metodologia tradicional da prática clínica da Medicina Chinesa, iremos aprofundar:
- A elaboração da anamnese;
- O Interrogatório;
- A Pulsologia;
- A Semiologia da Língua;
- A Diferenciação de Síndromes pelos Oito Princípios (Ba Gan);
- As Funções dos Órgãos e Vísceras (Zang Fu);
- A Diferenciação de Síndromes pelos Órgãos e Vísceras (Zang Fu);
- Os Fatores Patogênicos Exógenos;
- Os Fatores Patogênicos Endógenos;
Ministrante: Edgar Cantelli Gaspar
Duração: 5 meses (de março a julho de 2013). Às segundas feiras, das 10hs às 12hs. Início dia 4/3/13.
Valor: R$275,00 mensais.
Local: R. João Gomes Jr. 579. Clique aqui para mais informações de como chegar.
Matrícula: é o pagamento antecipado da primeira mensalidade. Ela deve ser realizada com o máximo de antecedência, pois as vagas para este curso são limitadas. Entre em contato por email para receber as instruções do depósito para garantir sua matrícula.
Contato: edgar@terapiaschinesas.com.br / (11) 99434-2611
Edgar Cantelli Gaspar – edgar@terapiaschinesas.com.br – Twitter: @edgarcantelli
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Curso de Aprofundamento em Diagnóstico e Diferenciação de Síndromes da Medicina Chinesa em 2013
A Medicina Chinesa possui uma lógica única que fundamenta sua forma de ver a saúde e a doença. Esta forma de pensar não é próxima da nossa forma habitual de vermos o funcionamento do nosso organismo. O praticante ocidental da Medicina Chinesa tem normalmente muita dificuldade de interiorizar a forma como se coleta, organiza, prioriza, raciocina e por fim conclui os dados clínicos de seus pacientes. Esse curso vem atender essa lacuna, trazendo, através do exercício prático, o pensamento taoista que fundamenta essa Medicina.
Objetivo: aperfeiçoar a prática diagnóstica, a interpretação dos dados e o raciocínio da Medicina Chinesa, melhorando o exercício das suas ferramentas, como a acupuntura, a massagem chinesa Tui Na e a fitoterapia.
Pré-requisitos: profissional formado em alguma área da Medicina Chinesa (acupuntura, massagem Tui Na, fitoterapia) ou estudante de curso de formação com 50% do curso completo.
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- As Funções dos Órgãos e Vísceras (Zang Fu);
- A Diferenciação de Síndromes pelos Órgãos e Vísceras (Zang Fu);
- Os Fatores Patogênicos Exógenos;
- Os Fatores Patogênicos Endógenos;
Ministrante: Edgar Cantelli Gaspar
Duração: 5 meses (de março a julho de 2013). Às segundas feiras, das 10hs às 12hs. Início dia 4/3/13.
Valor: R$275,00 mensais.
Local: R. João Gomes Jr. 579. Clique aqui para mais informações de como chegar.
Matrícula: é o pagamento antecipado da primeira mensalidade. Ela deve ser realizada com o máximo de antecedência, pois as vagas para este curso são limitadas. Entre em contato por email para receber as instruções do depósito para garantir sua matrícula.
Contato: edgar@terapiaschinesas.com.br / (11) 99434-2611
Edgar Cantelli Gaspar – edgar@terapiaschinesas.com.br – Twitter: @edgarcantelli
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Encerramento Curso de Aprofundamento em Diagnóstico
No último domingo, dia 2/12/12, tivemos a formatura da turma do segundo semestre do Curso de Aprofundamento em Diagnóstico e Diferenciação de Síndromes da Medicina Chinesa.
Foi muito especial passar um semestre convivendo com profissionais tão dedicados ao aperfeiçoamento do trabalho clínico da acupuntura. Espero ter sido um guia útil durante esse período nessa busca pela melhoria da eficácia do tratamento dos nossos pacientes. E agradeço muito o respeito e o carinho que toda a turma teve comigo nessa jornada.
Espero encontrá-los muitas outras vezes pelo Caminho! Um forte abraço em todos vocês!
Edgar Cantelli Gaspar – edgar@terapiaschinesas.com.br
Twitter: @edgarcantelli -
Vídeo sobre medicina chinesa no Globo Universidade
Vale a pena conferir essa matéria produzida pela Globo Universidade sobre a medicina chinesa. Nela vemos as famosas grandes farmácias de fitoterápicos e como são feitas as formulações individualizadas e a prática da acupuntura em hospitais, inclusive com residentes brasileiros. Para ver o vídeo, clique aqui.
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País vai regulamentar medicina chinesa – matéria Folha de S. Paulo
Abaixo divulgo a boa matéria publicada pela Folha de S. Paulo no último sábado, dia 10/11/12, sobre o primeiros passos para a regulamentação da profissão de terapeuta de medicina chinesa no Brasil.
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) deu o primeiro passo para a regulamentação dos tratamentos da medicina tradicional chinesa no país.
O embrião do projeto, o anúncio de que deve ser montada uma proposta de regulação, já foi publicado no “Diário Oficial”. A agência espera que a consulta pública comece ainda em 2012 e tenha duração de 90 dias.
Milenar, a medicina tradicional chinesa envolve uma visão global do paciente e trabalha sobretudo com o conceito de equilibrar o organismo. Para isso, são usadas várias técnicas, como acupuntura, tuiná (um tipo de massagem) , exercícios como o tai chi chuan e também compostos e fitoterápicos.
“Cada praticante pode aplicar um ou mais desses [tratamentos], de acordo com a necessidade percebida na realização da avaliação”, explica o fisioterapeuta Reginaldo de Carvalho Silva Filho, diretor da Ebramec (Escola Brasileira de Medicina Chinesa).
Apesar de milenares, os compostos são alvo de muita polêmica. Partes de animais, inclusive de espécies em extinção, costumam ser mescladas às fórmulas.
A prática -que inclui especialmente ossos, chifres e até pênis dos animais- já foi responsabilizada pelo declínio de várias populações na Ásia, com destaque para as de tigres e rinocerontes.
A Anvisa diz que, no primeiro momento, o objetivo é criar um sistema de regulação diferenciado dos usados para os fitoterápicos e os medicamentos alopáticos.
Por meio de sua assessoria, a agência informou que a composição multifatorial das fórmulas da medicina tradicional chinesa requer parâmetros diferentes de avaliação, que não se limitam à checagem de um princípio ativo.
No começo, os compostos devem ser alvo somente de um monitoramento de possíveis efeitos adversos.
Os médicos e profissionais de saúde seriam orientados a relatar efeitos adversos e outros problemas à Vigilância Sanitária, a exemplo do que já é feito com os medicamentos “comuns”.
IMPORTAÇÃO
A discussão na Anvisa abre caminho para a regularização da entrada das fórmulas no Brasil. Há muitos remédios patenteados e produzidos por grandes farmacêuticas chinesas, mas que ainda não conseguiram seus registros devido à inexistência de regras claras para a terapia de origem oriental por aqui.
De acordo com a Anvisa, nenhuma das fórmulas chinesas do tipo que misturam minerais, animais e plantas tem registro para ser comercializada no Brasil. As que porventura estão à venda entraram ilegalmente no país, diz a agência.
Segundo o médico reumatologista Aderson Moreira da Rocha, especialista na medicina tradicional chinesa, no Brasil os remédios usados nesse tipo de tratamento são sobretudo de origem vegetal.
“Na realidade do Brasil, optamos por usar muito mais a fitoterapia. Até por uma questão de preço, porque são mais baratos”, diz ele.
De acordo com a assessoria da Anvisa, mais detalhes do projeto só serão possíveis após a consulta pública, que servirá para reunir dúvidas e demandas de profissionais, pacientes e da comunidade.
FONTE: GIULIANA MIRANDA – Folha de São Paulo – http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/1183359-pais-vai-regulamentar-medicina-chinesa.shtml