Medicina Chinesa

A Medicina Tradicional Chinesa é uma ciência milenar chinesa, fruto da tradição taoista, que possui pouco em comum com a medicina ocidental, alopática, e que incorpora cinco áreas principais:

1. Acupuntura (針法 – Zhēn Fǎ): incluindo a moxabustão e outras técnicas, como a sangria e a ventosa;

2. Fitoterapia (中藥 – Zhōng Yào): uma complexa gama de conhecimentos, utilizando-se terapeuticamente de ervas, extratos e preparados vegetais, minerais e animais;

3. Tui Na (推拿 – Tuī Ná): milenar técnica chinesa de massagem;

4. Exercícios terapêuticos: possuem várias modalidades, como o Qì Gōng (氣功) e o Dao In;

5. Dietologia (食療 – Shí Liáo): a alimentação como ferramenta da recuperação e da manutenção da saúde.

A MTC é realmente muito antiga. Achados arqueológicos de resquícios de instrumentos de pedra datando de períodos anteriores a 4.000 a.C. indicam os primórdios desta Medicina. As técnicas de Acupuntura se desenvolveram mais no leste da Chinesa, lugar mais ameno, enquanto no norte, normalmente muito frio, favoreceu o desenvolvimento de técnicas quentes como a Moxabustão.

O grande livro de base da MTC é o Huang Di Nei Jing (黃 帝 內 經 – Tratado Interno do Imperador Amarelo), atribuído à figura lendária de Huang Di (2.697 – 2.597 a.C.). Nele o Imperador Amarelo conversa com conselheiros (representados pela figura de Qi Bo) sobre os vários métodos para atingir a plena saúde e a longevidade. É considerado o livro básico da Acupuntura e de toda a Medicina Chinesa.

No início do desenvolvimento da MTC os principais instrumentos eram feitos de pedra e seu uso perdurou por muito tempo. Mesmo depois da difusão do uso de metais como o bronze e a confecção de agulhas de metal, os principais instrumentos ainda eram feitos de pedra. Gradativamente, com o avanço técnico da Acupuntura é que o uso das agulhas de metais foi ganhando força.

Em 1968 a escavação de um túmulo de 113 a.C. na província de Hebei revelou um conjunto de agulhas de ouro e outro de prata, mostrando que já naquela época havia a especialização nos instrumentos da Acupuntura. Um outra tumba descoberta nessa mesma época mostrava os trajetos dos Canais e Colaterais, escritos em seda, datados do séc. III a.C.

O avanço da complexidade da Acupuntura e da Fitoterapia fez com que o célebre médico Hua Tuo (華佗), que viveu no Período dos Três Reinos (220 – 265), fosse capaz de usar um composto de ervas como analgésico, para, em conjunto com a Acupuntura, realizar operações cirúrgicas.

A partir da Din. Ming (1368-1644) a Acupuntura entra definitivamente para o ramo das ciências, com escolas organizadas e sistemas de tratamento cada vez mais complexos, com o aprofundamento dos teorias de Zang Fu, Síndromes Bi e outros conceitos técnicos que usamos hoje na MTC. A Din. Qing (1644 – 1912) promoveu uma regressão nesses valores, com uma grande ênfase na Fitoterapia e uma diminuição no status da Acupuntura e da Moxabustão, até aproximadamente a Guerra do Ópio (1840), quando essas terapias retornaram com muito força, embora sem chegarem à importância anterior. Até hoje na China a Fitoterapia é a ferramenta terapêutica principais nos tratamentos pela MTC. Em novembro de 1987 é fundada a World Federation of Acupuncture-Moxibustion Societies (WFAS), uma entidade que visa promover o entendimento e cooperação mútua sobre Acupuntura e Moxabustão entre grupos espalhados por todo o mundo, contribuindo para o desenvolvimento da área e para a saúde de toda a humanidade, através de uma prática ética e de alto nível técnico.