• Curso de Princípios da Medicina Tradicional Chinesa – 20/8 e 17/9

    Curso voltado a interessados em Medicina Tradicional Chinesa que não visam a formação profissional, mas o conhecimento do funcionamento energético humano para desenvolver a percepção da sua própria fisiologia energética e obter uma melhor manutenção da saúde e a prevenção de doenças.

    Teorias de base

    • A Medicina Tradicional Chinesa como arte taoista
    • Breve histórico da Medicina Tradicional Chinesa
    • Teoria de Yin & Yang
    • 5 Movimentos
    • Conceito de Qi – Energia Vital
    • Substâncias Vitais
    • Ba Gan – Os Oito Princípios do Diagnóstico Chinês
    • Zang Fu – Órgãos e Vísceras pela visão da MTC e suas funções básicas
    • Jing Luo (Canais e Colaterais)
    • Horários dos Canais e suas recomendações básicas
    • Introdução aos três fatores de doença
    • Fatores patogênicos externos
    • Fatores patogênicos internos e “nem um nem outro”

    Prática

    • Breve introdução ao Qi Gong
    • 6 Sons de Lao Tzu
    • Breve introdução à Dietologia

    Ministrante: Helena Guimarães

    Local: Sociedade Taoísta do Brasil

    Datas: 20/08 e 17/09, das 9hs às 17hs

    Contato: 3105-7407 / 9631-3005 – stb-sp@sociedadetaoista.com.br

  • Vamos tirar mais um bode da sala? O problema do desodorante antitranspirante

    Nossa cultura adora simplesmente tirar os problemas da frente, considerando-os resolvidos. A menstruação incomoda? Métodos anticoncepcionais que façam a mulher não menstruar. Tem cefaléias constantes? Carregue um Doril na bolsa. O cabelo cai muito? Implante.

    A última dessas soluções simplórias e superficiais, que desconsideram a identificação e a solução do problema real da patologia, com a qual me deparei recentemente foi a onipresença dos desodorantes antitranspirantes masculinos. Eu não tenho uma transpiração excessiva e por isso não queria usar alguma substância que interrompesse o mecanismo natural da pele humana que é transpirar. Mas quem disse que em alguma farmácia ou mercado eu encontraria algum que não fizesse esse mecanismo artificial?

    Por que esse tipo de desodorante tornou-se tão popular e aceito? Obviamente porque o excesso de transpiração e a transpiração com odor exageradamente desagradável é muito comum. Mas me pareceu, então, importante entendermos um pouco mais e melhor o que pode fazer tanta gente ter esse desconforto e saber que simplesmente parar de transpirar nas axilas não é a solução.

    Segundo a visão da Medicina Chinesa, variadas Síndromes podem ocasionar o descontrole crônico no mecanismo da transpiração. Primeiramente precisamos saber que qualquer tipo de hiperatividade fisiológica, que chamamos na Medicina Chinesa de Síndromes de Calor (熱 – ), faz com que a circulação de Energia (氣 – ) e Sangue (血 – Xuè) na superfície do corpo se torne mais rápida do que o normal e, como uma forma de dissipar o aumento de temperatura ocasionado por essa hipercirculação, nosso corpo abre os poros da pele, liberando o suor, resfriando a superfície.

    Nas Síndromes dessa natureza (Calor) podemos ter um dado da sua intensidade pela presença de odores desagradáveis na transpiração, pois, quanto maior o Calor interno, maior o odor. Especialmente se esse Calor (熱 – ) estiver presente no sistema físico e enérgico do Coração maiores as chances da transpiração nas axilas ser exagerada e também com odor forte. Isso acontece, pois o Canal Energético do Coração (心 – Xīn), na sua porção superficial, se inicia justamente no centro da axila. Esse Canal, portanto, traz esse Calor (熱 – )  interno para a superfície, até mesmo como uma forma de proteção do Coração (心 – Xīn).

    Outra Síndrome bastante comum é justamente a oposta à anterior, ou seja, quando estamos com um hipofuncionamento fisiológico. Quando nossas atividades circulatórias e metabólicas diminuem, que chamamos na Medicina Chinesa de Síndrome por Frio (寒 – Hán) interior, a capacidade do nosso organismo de manter a força de fechamento dos poros da pele diminuiu muito. Com isso, nossos poros permanecem abertos quando deveriam se fechar e temos então uma transpiração profusa, normalmente fria, e que piora quando precisamos exercer alguma atividade física simples, como subir uma escada. Essa transpiração, normalmente, não apresenta mau cheiro.

    Existem várias outras Síndromes mais específicas que geram transpiração exagerada, como a que acomete uma parcela dos obesos. A gordura em vários níveis do nosso corpo gera uma grande obstrução para a circulação de Energia (氣 – ) e Sangue (血 – Xuè). Com isso, quanto mais gordura acumulada, mais o corpo direciona a circulação para superfície, visando transpor essa obstrução sistêmica. Essa hipercirculação na superfície gera um Calor (熱 – ), que também abre os poros da pele. Nessa Síndrome, a transpiração, além de provavelmente apresentar mau cheiro, é oleosa.

    Fica claro, portanto, que a transpiração é uma investigação fundamental dentro do Diagnóstico da Medicina Chinesa, sendo um indicativo da presença de várias Síndromes. Quando nós simplesmente usamos uma ferramenta para disfarçar o sintoma, além de perdermos essa referência que poderia nos dar informações sobre a nossa saúde, nós também cortamos o mecanismo que o corpo está utilizando para expelir o Calor (熱 – ), nas sudoreses dessa origem, eliminando um pouco dessa hiperatividade interna e refrescando a superfície do corpo.

  • Filme que retrata a indústria farmacêutica

    Ver o filme “Amor e Outras Drogas” é lição de casa para nossos alunos de Medicina Chinesa (mas que todos os profissionais da área da saúde também devem fazer). O longa que passou muito rapidamente pelos cinemas e que também parece não ser facilmente encontrado nas locadoras (pressão da indústria farmacêutica?) mostra o relacionamento inescrupuloso entre a indústria, os agentes vendedores das drogas e os médicos. A época em que se passa a história não poderia ser mais indicada: o lançamento do Viagra, que fez a gigante Pfizer obter lucros inimagináveis.

  • Cultivando a Vida – Lançamento do livro

    É absolutamente claro pra mim depois de anos trabalhando na recuperação da saúde de pacientes que todos nós precisamos de mais ferramentas para a manutenção de nossa saúde do que normalmente consideramos. Vivemos hoje um estilo de vida que gera muitos fatores, alguns pequenos e outros de grande importância, mas que somados facilmente nos levam a algum tipo de desequilíbrio gerador de patologias. Excesso de atividade intelectual, sobrecarga emocional, dormir poucas horas e ainda tarde, ar poluído, alimentos contaminados, epidemias, dentre inúmeros outros.

    Penso então que precisamos de muitas ferramentas que, também somadas, possam nos ajudar neste dia-a-dia: alimentação saudável, regulação dos horários e das quantidades das nossas atividades, meditação, espiritualidade, dentre outras. Dentre essas práticas de cultivo da saúde, têm destaque especial o Qi Gong (Tchi Kung) e o Tai Ji Quan (Tai Chi Chuan). Essas práticas são tão valiosas que são consideradas como ferramentas clínicas da Medicina Chinesa, tanto para recuperação, mas especialmente para manutenção da saúde.

    Como essas práticas não fazem parte da nossa cultura ocidental, indico o livro “Cultivando a Vida – Benefícios da Prática Regular do Tai Ji Quan e do Qi Gong”, do meu grande amigo e mentor no Caminho taoista Wagner Canalonga. Wagner é sacerdote taoista, regente do Templo do Tesouro do Espírito em São Paulo. É também terapeuta de Medicina Chinesa com larga experiência clínica, além de renomado professor de Tai Ji Quan e Qi Gong. Por toda essa experiência, e também pela sua excelente didática, Wagner conseguiu desenvolver esse excelente livro para quem já é praticante e também para quem está procurando mais informações sobre as práticas corporais de origem taoista.

    O livro será lançado oficialmente num evento no próprio Templo do Tesouro do Espírito, sede da Sociedade Taoista em São Paulo, no dia 15 de maio. Além do conhecer o autor, é uma boa oportunidade para conhecer mais das práticas e do taoísmo, pois durante o evento será realizado um ritual taoista e também uma aula aberta de Tai Ji Quan, com a Profa. Elieté Ramos. Para saber mais detalhes, clique aqui.

  • O leite e a formação de Mucosidade

    Quando em alguma palestra ou aula falamos sobre a Dietologia da Medicina Chinesa, é quase inevitável que em algum momento alguém nos pergunte: mas e o leite? O leite e seus derivados são um tema controverso na nutrição mundial. Muitos estudos feitos tentam comprovar seus benefícios, assim como seus malefícios, e a população ocidental, que culturalmente tem o leite como uma das bases da sua alimentação, continua sem total consciência de como ele altera nossa fisiologia.

    Para entendermos esse mecanismo precisamos primeiro conhecer um princípio fundamental da nossa digestão, segundo a visão da Medicina Chinesa, que é a formação do que chamamos de Mucosidade (痰饮 – Tan Yin). A Mucosidade é um resíduo formado pelo mau funcionamento do Estômago (胃 – Wèi) e do Baço (脾 – ). Segundo a Medicina Chinesa, o Estômago (胃 – Wèi) tem a função de preparar os alimentos que comemos para o aproveitamento energético e nutricional. Já o Baço (脾 – ) transforma o que pode ser aproveitado pelo corpo em energia nutritiva que será utilizada, dentre outras funções, para a geração do Sangue (血 – Xuè). Toda vez que o Estômago (胃 – Wèi) e o Baço (脾 – ) entram num quadro de hipofuncionamento, ou seja, quando eles têm suas funções feitas numa velocidade mais lenta e com menos eficácia, começamos a ter a formação desse resíduo, chamado de Mucosidade (痰饮 – Tan Yin).

    Ela é considerada o pior dos fatores geradores de doença que nosso corpo pode criar quando está em desarmonia. Isto porque esse resíduo pode se acumular de muitas maneiras, gerando inúmeras patologias. Pode se acumular em forma de muco propriamente dito, alojando-se no pulmão e gerando asma, bronquite, tosses crônicas, pigarro. Pode também se acumular em forma de gordura, gerando obesidade. Ou então em forma de retenção de líquidos, gerando edemas. Mais profundamente, pode alojar-se nas articulações, causando obstrução circulatória, dor e deformidade óssea, como na artrite reumatóide. Ou, ainda, esse resíduo pode gerar má formação celular, sendo, dentro da Medicina Chinesa, sempre uma pré-condição para a geração de um tumor ou câncer.

    Dentre os alimentos mais comuns da alimentação ocidental, o leite e seus derivados formam a categoria que mais facilmente gera Mucosidade (痰饮 – Tan Yin). O leite de origem bovina é de muito difícil digestão para o nosso trato digestório, favorecendo a formação desse resíduo. Já o leite materno é exatamente o oposto. Por ser próprio para a fisiologia humana, o bebê o digere rapidamente e com o máximo de aproveitamento nutricional e energético.

    Os chineses de modo geral não ingerem leite e seus derivados. Leite de vaca, iogurte, sorvete e queijo são alimentos que ainda são raros na alimentação chinesa e na verdade eles chegam até a ter aversão a esse tipo de alimento. Mesmo com os bebês, os chineses não dão leite de vaca após o período de amamentação. Vários estudos epidemiológicos já foram realizados procurando entender o motivo que faz com que os índices de câncer de mama, de ovários, de próstata, de intestino, dentre outros, sejam muito menores na população chinesa do que na ocidental. Esses estudos também apontam a ingestão do leite como um dos principais motivos para essa importante diferença. Outros motivos são os demais hábitos alimentares saudáveis que os chineses possuem, além de uma grande cultura que incentiva a atividade física regular em todas as idades.

    Na nossa linhagem de Medicina Chinesa, de origem taoista, não entendemos como harmoniosos os extremos. Por isso sugerimos que não retiremos por completo o leite da nossa alimentação, mas que diminuamos a sua ingestão e de seus derivados. Isso torna-se ainda mais importante para pessoas que apresentam algum grau de deficiência na digestão (como digestão lenta, formação de gases, azia) e especialmente para quem já apresenta sinais e sintomas de Mucosidade (痰饮 – Tan Yin) acumulada.

  • A chegada do Outono e orientações para a nossa alimentação

    Hoje estamos no primeiro dia do Outono. E, pelos sinais que tivemos nas últimas semanas, teremos um Outono e um Inverno bastante frios. A Medicina Chinesa sempre vê o homem inserido nas mutações da Natureza, podendo vivê-las de maneira harmônica ou desarmônica, com reflexos diretos na sua saúde.

    Dentre muitas considerações sobre essa época do ano, a mais importante e prática talvez seja a de que nas estações frias do ano temos menos energia disponível no ambiente. A nossa fisiologia tem duas principais fontes de absorção de energia: o que o nosso aparelho digestório é capaz de gerar do que comemos e o que o nosso aparelho respiratório é capaz de gerar com o que respiramos. Em termos físicos podemos ter a mesma quantidade de gases que compõem a atmosfera. Mas, em termos energéticos, nessa época do ano temos menos Qi (energia) que pode ser captada pelos nossos pulmões.

    Assim, passamos então a depender mais ainda do que comemos para manter nossa saúde. Pensando nisso, divulgamos essa pequena compilação de dicas muito simples, mas que podem favorecer nossa alimentação.

    Para baixar o arquivo clique aqui. (Se quiser salvar o arquivo no seu computador, clique com o botão direito do mouse sobre o link e escolha “Salvar destino como”.)

    Quem tiver alguma dúvida ou comentário, é só nos escrever.