• A chegada do Outono e orientações para a nossa alimentação

    Hoje estamos no primeiro dia do Outono. E, pelos sinais que tivemos nas últimas semanas, teremos um Outono e um Inverno bastante frios. A Medicina Chinesa sempre vê o homem inserido nas mutações da Natureza, podendo vivê-las de maneira harmônica ou desarmônica, com reflexos diretos na sua saúde.

    Dentre muitas considerações sobre essa época do ano, a mais importante e prática talvez seja a de que nas estações frias do ano temos menos energia disponível no ambiente. A nossa fisiologia tem duas principais fontes de absorção de energia: o que o nosso aparelho digestório é capaz de gerar do que comemos e o que o nosso aparelho respiratório é capaz de gerar com o que respiramos. Em termos físicos podemos ter a mesma quantidade de gases que compõem a atmosfera. Mas, em termos energéticos, nessa época do ano temos menos Qi (energia) que pode ser captada pelos nossos pulmões.

    Assim, passamos então a depender mais ainda do que comemos para manter nossa saúde. Pensando nisso, divulgamos essa pequena compilação de dicas muito simples, mas que podem favorecer nossa alimentação.

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    Quem tiver alguma dúvida ou comentário, é só nos escrever.

  • Agenda de cursos primeiro semestre de 2011

    Janeiro

    • 29/01 – Retorno às aulas de Hexagramas de Yi Jing (I Ching) – aula mensal na Sociedade Taoista do Brasil: hexagramas 34, 35, 36 e Oficina de Oráculo. Com o Prof. Edgar Cantelli. Das 9hs às 17hs. www.sociedadetaoista.com.br .
    • 31/01 – Retorno às aulas de Hexagramas de Yi Jing (I Ching) aula semanal: hexagrama 0 – A Abrangência e Oficina de Oráculo. Das 8hs às 10h30. com o Prof. Edgar Cantelli, na R. João Gomes Jr., 579 – Butantã. Mais informações: edgar@terapiaschinesas.com.br.

    Fevereiro

    • 12/02 e 13/02 – Curso de Massagem Pediátrica Chinesa – Xiǎo Ér Tuī Na – 小 兒 推 拿, com a Profa. Helena Guimarães. Das 9hs às 17hs, no EBRAMEC. Para mais informações clique aqui.

    Março

    • 02/03 – Início do Curso de Formação em Massagem Chinesa Tui Na – 中 國 推 拿, com o Prof. Edgar Cantelli. No CEMETRAC. Duração: 1 ano. Às 4as feiras, das 19hs às 21hs. Para mais informações, clique aqui.
    • 02/03 – Curso de Aprofundamento em Diagnóstico e Diferenciação de Síndromes da Medicina Chinesa. Com o Prof. Edgar Cantelli. Todas as quartas-feiras até junho. Das 15hs às 17hs. Na Sociedade Taoista do Brasil. Mais informações, clique aqui.
    • 20/03 – Curso de Princípios de Medicina Chinesa na Sociedade Taoista do Brasil. Com a Profa. Helena Guimarães. Das 9hs às 16hs. Segunda aula dia 17/04. www.sociedadetaoista.com.br. Para mais informações, clique aqui.

    Abril

    • 02/04 e 03/04 – Início da Formação em Massoterapia Tradicional Chinesa Tui Na – 中 國 推 拿 – no EBRAMEC (Escola Brasileira de Medicina Chinesa). Com a Profa. Helena Guimarães. Das 9hs às 17hs, no EBRAMEC. Para mais informações clique aqui.

    Julho

    • 06/07 – Início do Curso Avançado de Massagem Tui Na. Com o Prof. Edgar Cantelli. No CEMETRAC. Duração: 2 meses (8 aulas). Das 16hs às 18hs. Para mais informações, clique aqui.
  • O que são os pontos de energia?

    Todos que já ouviram falar da Acupuntura sabem que a aplicação das agulhas é feita em pontos específicos do corpo. Mas, afinal, o que são e como funcionam exatamente esses pontos? Os pontos de energia são chamados em chinês de Xué ( 穴 ), que significa literalmente “buraco”. O termo buraco tem dois significados: o primeiro, mais simples e prático, aponta para o fato de que a imensa maioria desses pontos se encontra em fossas, cavidades, espaços da nossa anatomia, onde a agulha não encontrará nenhum osso, tendão, ligamento ou outro tecido importante ao ser inserida.

    O segundo significado, mais profundo, quer dizer que esse “buraco” nos dá acesso ao fluxo de Qì (Energia – 氣) que corre pelos Canais (Jīng -經). Esse é um tipo específico de Qì (Energia – 氣) chamado de Ying Qì (Energia Nutritiva). É ele quem tem a função de impulsionar e direcionar o fluxo do Sangue (Xuè -血) e de conectar todas as partes de nosso corpo, especialmente os Órgãos e Vísceras (Zàng Fǔ -臟 腑), com o exterior do nosso corpo.

    É através dessa conexão interior–exterior que pode haver a influência de uma manipulação feita no Canal (Jīng -經) no funcionamento de um Órgão ou Víscera. Essa manipulação pode ser feita em qualquer trecho do canal, mas é muito mais fácil de se obter resultado se feita num desses pontos.

    Mas qual a diferença entre um ponto e outro? O aprofundamento da Medicina Chinesa no estudo da nossa fisiologia energética chegou a tal ponto de refinamento que hoje sabemos que os pontos não nos dão somente acesso ao Qì (Energia -氣) que corre nos Canais (Jīng -經), mas também nos permitem manipulações específicas desse Qì (Energia – 氣). Determinado ponto permite ao terapeuta que aumente as funções de determinado Órgão (Zàng -臟). Outro ponto do mesmo Canal (Jīng -經) permite que se retire algum tipo de hiperatividade daquele Órgão (Zàng -臟). Já outro ponto pode proporcionar ao terapeuta acesso ao desbloqueio do Qì (Energia – 氣) daquele Canal (Jīng -經) na sua porção exterior, resolvendo casos de dor, por exemplo.

    É importante observar que o ponto em si nada faz. O que gera algum efeito local, exterior ou mesmo interior é a manipulação energética feita pelo terapeuta nesses “buracos”. Não basta “ativar” ou “estimular” o ponto, como dizem alguns terapeutas e até mesmo alguns professores. Mas sim que haja uma manipulação específica para se conseguir aumentar (tonificar) ou diminuir (sedar, dispersar) o fluxo de Qì (Energia – 氣) do ponto para que, assim, o efeito possa ser alcançado.

    Entendendo esse princípio chegamos a outra questão fundamental: a agulha de acupuntura também nada faz sozinha. Não basta inserir uma agulha no ponto e esperar que o efeito seja alcançado. O que a agulha faz é potencializar e também facilitar o acesso do Qì (Energia – 氣) do terapeuta  ao fundo do “buraco”, onde corre o Qi Nutritivo (Ying Qi). O nosso corpo possui várias camadas de defesa que fazem com que nossa circulação de Qì (Energia – 氣) e Sangue (Xuè -血) não seja afetada facilmente por interferências externas. A agulha literalmente fura algumas dessas defesas permitindo que a manipulação do terapeuta seja facilmente mais profunda.

    Mas também é possível manipular os pontos através da massagem, como é feito pela Massoterapia Chinesa Tui Na. Mas, para que essa manipulação consiga ser profunda o suficiente para atingir a profundidade energética do ponto, depende-se mais da força e do controle do Qì (Energia – 氣) do terapeuta. É necessário que a manipulação seja feita com mais concentração, intenção e por muito mais tempo que na Acupuntura. O grande mestre Liu Pai Lin, um dos precursores da Massoterapia Chinesa Tui Na e do Tai Chi Chuan (Tài Jí Quán – 太 极 拳) no Brasil, pai do nosso mestre Liu Chih Ming, conseguia efeitos fantásticos em seus tratamentos, muitas vezes até mais eficazes do que outros terapeutas que se utilizavam da Acupuntura, mesmo usando somente a massagem. Conseguia isso pois era também um dominador das práticas energéticas (Qì Gōng – 氣 功) e do próprio Tai Chi Chuan (Tài Jí Quán – 太 极 拳) e assim conseguia passar pelas camadas de defesa do paciente, acessando com eficácia e profundidades necessárias os pontos de energia.

    Nas crianças, por sua vez, o Qi Nutritivo (Ying Qi) corre mais superficialmente e também há menos defesas, não é necessária a utilização da Acupuntura em praticamente nenhum dos casos pediátricos tratáveis pela Medicina Chinesa. Até por isso tivemos ao longo da história da Medicina Chinesa o desenvolvimento da Massagem Tui Na Pediátrica – Xiǎo Ér Tuī Na (小 兒 推 拿).

  • Curso de Aprofundamento em Diagnóstico e Diferenciação de Síndromes da Medicina Chinesa

    A Medicina Chinesa possui uma lógica única que fundamenta sua forma de ver a saúde e a doença. Esta forma de pensar não é próxima da nossa forma habitual de vermos o funcionamento do nosso organismo. O praticante ocidental da Medicina Chinesa tem normalmente muita dificuldade de interiorizar a forma como se coleta, organiza, prioriza, raciocina e por fim conclui os dados clínicos de seus pacientes. Esse curso vem atender essa lacuna, trazendo, através do exercício prático, o pensamento taoista que fundamenta essa Medicina.

    Objetivo: aperfeiçoar a prática diagnóstica, a interpretação dos dados e o raciocínio da Medicina Chinesa, melhorando o exercício das suas ferramentas, como a acupuntura, a massagem chinesa Tui Na e a fitoterapia.

    Pré-requisitos: profissional formado em alguma área da Medicina Chinesa (acupuntura, massagem Tui Na, fitoterapia) ou estudante de curso de formação com 50% do curso completo.

    Conteúdo programático:

    Através de exercícios práticos, baseados em casos reais, feitos em grupo e individualmente, iremos aprofundar:

    • A elaboração da anamnese;
    • O interrogatório;
    • A pulsologia;
    • A Semiologia da Língua;
    • A Diferenciação de Síndromes pelos Oito Princípios (Ba Gan);
    • As Funções dos Órgãos e Vísceras (Zang Fu);
    • A Diferenciação de Síndromes pelos Órgãos e Vísceras (Zang Fu);
    • Os Fatores Patogênicos Exógenos;
    • Os Fatores Patogênicos Endógenos;
    • A Síndrome Bi (Síndromes de Obstrução Dolorosa);
    • Função, localização e aplicação de pontos para os tratamentos dos casos estudados durante o curso.

    Ministrante: Edgar Cantelli Gaspar

    Início: dia 02/03/11. Todas as quartas-feiras das 15hs às 17hs.

    Duração: 4 meses –março, abril, maio e junho de 2011.

    Local:Sociedade Taoísta do Brasil – Av. Liberdade, 113 – 3º andar. Próximo ao metrô Liberdade.

    Contato: 3105-7407 / 9631-3005 – stb-sp@sociedadetaoista.com.br

  • A Interdependência dos Órgãos e Vísceras (Zang Fu)

    Desde os primórdios do desenvolvimento das teorias e práticas da Medicina Tradicional Chinesa, especialmente compilados no Huang Di Nei Jing (黃帝内經), temos o entendimento que nossa fisiologia é especialmente comandada pelos Órgãos (Zang) e pelas Vísceras (Fu). Cada um destes possui um aspecto Yin, relacionado à sua forma, sua estrutura, sua base material e também um aspecto Yang, relacionado às suas funções, tanto físicas, conhecidas também pela medicina alopática, quanto energéticas, consideradas exclusivamente pela Medicina Chinesa.

    Esse conjunto de funções e estruturas é visto tanto isoladamente como também interdependente entre si, ou seja, uma disfunção da nossa saúde pode ser decorrente do mal funcionamento funcional ou estrutural de um Órgão (Zang) ou Víscera (Fu), como também devido à influência de um deles no funcionamento do outro. O mais interessante é que todos relacionam-se mutuamente e portanto as Síndromes que envolvem mais de um Órgão (Zang) ou Víscera (Fu), na prática, são muito mais comuns do que as de um só.

    Podemos pegar o exemplo da fisiologia do Pulmão, como entendida pela Medicina Chinesa: sua principal função é realizar a respiração, fazendo de forma eficaz tanto a troca gasosa, como a captação do Qi (Energia) do ar. Mas para realizar a inspiração, ponto mais crítico da respiração, ele depende do Qi (Energia) do Rim. Realizada a captação do Qi (Energia) do ar, o Pulmão forma o Qi (Energia) torácica, que irá para o Coração, onde acontecerá a união desta energia com o fluído do Sangue (Xue). Mas para formar um bom Qi torácico, o Pulmão depende do envio do Qi (Energia) Nutritivo feito pelo Baço, que é a energia extraída da alimentação, que por sua vez foi preparada pelo Estômago. Mas para que todas essas trocas energéticas aconteçam sem impedimento o Pulmão depende da manutenção do fluxo de todo o Qi (Energia) do corpo feita pelo Fígado sem impedimentos.

    Esse é um recorte mínimo da nossa complexa fisiologia, como entendida pela Medicina Chinesa. É através dessa forma de compreender a saúde e a doença que conseguimos identificar uma origem comum a sintomas considerados muitas vezes desconexos pela medicina alopática.

    Mas cada vez mais percebemos alguns sinais de que mesmo a medicina ocidental está retomando a visão de que nosso corpo é todo interdependente, como podemos ver nessa reportagem sobre o artigo científico publicado no Journal of the American Society of Nephrology, relatando uma pesquisa que mostra que pessoas com elevada taxa de descanso do batimento cardíaco são mais propensas a doenças renais.